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Entrevista à família Ribeiro de Almeida Rebocho Vaz

O Family Building descobriu mais uma família com um óptimo testemunho.

Realmente, não há famílias iguais, e esta que o diga! Os “Vazinis”, como são conhecidos e tratados pelos amigos, falaram abertamente sobre como começou a relação dos dois, como foi serem pais pela primeira vez, quais os desafios que enfrentam diariamente, entre outros temas.

A Joana tem 33 anos e o André 31, têm o Mateus de 2 anos e meio e a Benedita com 6 meses. A mãe é assistente de bordo e o pai consultor financeiro, gostam muito de praia, cinema, concertos e estar com os amigos. Para esta família ‘viajar’ faz parte deles. Veja também esta viagem que o Family Building fez com eles


Joana e André, gostariam de nos contar como tudo começou? Como se conheceram, como planearam (ou não) a vossa família.

Joana – Tudo começou há 8 anos, quando no final de uma festa apanhámos juntos um táxi para casa. Mais improvável seria impossível! Desde então que estamos juntos! Quatro anos de muito namoro, viagens, passeios, jantares amigos, concertos, etc., e mais 4 anos de casados, com dois filhos planeadíssimos e pensados ao pormenor.


André – Conhecemo-nos no final de uma festa dos Globos de Ouro, no antigo BBC (Belém) em Lisboa, por volta das 08:00 da manhã de uma segunda-feira. Um encontro destinado porque para além da hora estranha (a Joana por essa hora não costumava estar acordada e eu tinha aulas às 09h00), esse encontro teve tudo para não acontecer. Porque tivemos ambos para não ir e ambos para sair mais cedo. Mas acabámos por ir ficando (sem nunca nos vermos), conhecemo-nos no fim quando a Joana tentava arranjar boleia para casa e fomos de táxi juntos para casa (por simples conveniência de dividir custos). Mesmo o irmos juntos para casa foi estranho, pois nunca tinha acontecido nem com um, nem com outro.

Quanto à família, foi um processo natural ao longo dos anos e sempre foi um desejo dos dois, desde que estamos juntos. E era desejo nosso constituirmos família relativamente cedo.


Como foi ser mãe e pai pela primeira vez e qual o impacto que teve na vossa vida?

Joana – Nada te prepara para a chegada de um filho. Só mesmo passando por isso é que te apercebes do que é ser mãe. Por isso, o impacto foi gigante! Tudo muda, prioridades, sono, dia-a-dia, a tua relação com o teu marido, a tua relação com todos à tua volta. Mas muda para melhor, sinto que para além de me ter tornado mais forte e “crescida”, me tornei também mais paciente e tolerante.

Na tua relação matrimonial também muda muita coisa, principalmente o tempo que têm um para o outro. Isso ao início é um grande choque, mas o importante é percebermos que é uma fase e que voltaremos a ter tempo e disponibilidade um para o outro, passando a fase dos bebés pequeninos. O importante é conversarmos sempre e não nos esquecermos que já éramos “UM” antes dos babies!



André – Foi brutal, porque é tudo novo. Uma alegria imensa em termos algo nosso é lindo, aliado a um cansaço extremo e preocupação constante. É das tais coisas que só mesmo sendo, se sente isso e se percebe.

A partir daí tudo muda, para melhor. O nosso tempo já não é só nosso, é deles também. Quanto a nós, ficamos realmente mais “crescidos”.

A partir desse dia, é desfrutar tudo ao máximo pois cada ano é um ano, cada mês e cada semana, são diferentes. E tudo passa muito rápido.



Como se sentiram quando souberam que iam ter um segundo filho? Mais uma vez, qual foi o impacto na vossa vida?

Joana – O segundo coitadinho sofre um bocado (risos)! Foi ótimo! Veio assim que o desejámos! E foi uma emoção e o começo de uma nova aventura. Os primeiros tempos dos bebés passam a correr, e nós já tínhamos esquecido tudo, inclusive como era a gravidez. Por isso foi passar por tudo outra vez. Claro que para nós, mulheres, é sempre tudo muito mais intenso. Afinal os babies crescem dentro de nós! Mas quando a Benedita nasceu foi espetacular, porque já sabíamos para o que íamos e desfrutámos muito mais. Acaba por ser cansativo, claro, porque é voltar às noites sem dormir, às cólicas etc. Mas tudo vale a pena, porque ter filhos é o maior milagre da vida!



André – Uma alegria imensa, mas sem tanto excitamento. No fundo já temos um, já sabemos como é. Parece que no primeiro temos todos os sentimentos: alegria, excitamento, nervosismo, preocupação. No segundo, parece que só temos alegria (imensa), porque conseguimos controlar tudo o resto. Não é melhor nem pior, é um sentimento mais “maduro”.

Quanto ao impacto, a vida fica claro mais trabalhosa (ter dois com 2 anos de diferença dá trabalho) mas a casa fica com muita alegria e uma alegria crescente à medida que a mais nova vai crescendo e se vai apercebendo dos pais, do irmão…


Como foi gerir, junto do Mateus, a entrada da Benedita na família?

Joana – Gerir não foi fácil…. eu estava um pouco ansiosa, porque sentia que quase que o estava a atraiçoar. Ele era o meu bebé querido e único e, de repente, veio a mana roubar-lhe o lugar. Mas ele adorou desde o inicio a irmã e é super carinhoso e meiguinho com ela. Às vezes bruto, mas porque não percebe ainda. Mas adora-a e ela a ele!

No início, para mim, foi mais difícil, porque um bebe recém-nascido requer muitíssima atenção e rouba-te todo o tempo e energia. Por isso, eu sentia que estava a falhar com o Mateus, mas depois rapidamente encontrámos a nossa rotina familiar e tudo se encarrilou.


André – Optámos, por conselho, em comprar dois presentes: um para o Mateus dar à Benedita e outro ao contrário, para se darem ambos na Maternidade, explicando ao Mateus quem era a bebé e que ela chegou com um presente para o irmão. Sinceramente e até ver, foi um excelente conselho. O Mateus adora a irmã e preocupa-se imenso com ela. Nunca tem ciúmes de nada. Fica com um pouco de défice de atenção, nada mais.



Todos nós enfrentamos variados desafios ao longo da vida. Quais foram os maiores desafios que sentiram ao longo do tempo, enquanto mãe e pai? E como lidaram com eles?

Joana – Educar é o maior e mais difícil trabalho na vida. Tu sabes tudo o que está nos livros e o que os teus pais, avos, tios primas te dizem, mas depois pôr em prática e seres firme ate ao fim é o mais difícil que há! Para mim, o maior desafio que tenho é educar os meus filhos, saber dizer que não quando devo, saber ouvi-los, aconselhá-los etc… Agora o Mateus esta atravessar a fase das birras, está sempre a testar-nos, leva-nos ao limite. Esta fase é dura e às tantas dás por ti sempre a gritar a ralhar-lhe e, muitas vezes, a dar-lhe palmadas. Depois fico furiosa comigo ou com o André porque sei que não é nada disso que devemos fazer, que ele é pequenino e que temos de ter paciência e ensinar-lhe que não deve ter determinados comportamentos. Mas a verdade é que com dois perdes facilmente a paciência.

O saber conciliar a vida de mãe, mulher, filha e amiga também foi e é um desafio. Mas tudo se faz com muito amor e carinho! A verdade é que o que te parece dificílimo num mês depois olhas para trás e pensas afinal era só isto? (risos).



André – O maior desafio é sem dúvida no início, de madrugada. Por mais que os pais falem um com o outro, temos sempre opiniões diferentes, mesmo que seja nos detalhes. E quando o bebé acorda de madrugada e precisa de nós, ou simplesmente porque não conseguimos dormir, temos de dar a nossa opinião de forma menos vincada e temos de ser mais abertos à cedência porque o cansaço acumulado nunca é bom para grandes conversas. É preciso ter muita calma nessas alturas.


E que desafios mais pequenos enfrentam no dia-a-dia da família?

Joana – Talvez as rotinas diárias, as coisas pequenas do dia-a-dia. O vestir a roupa de manhã com o Mateus a fazer birra, a hora das refeições quando não quer comer, o banho porque odeia… Porque é que os rapazes nunca gostam de tomar banho?! (muitos risos).


André – Penso que existem sempre estes pequenos desafios: se ele não quer comer (mas precisa), o que fazer? Insistir ou não? E se não quer dormir na cama dele e só na nossa? (E não deve). Dorme na nossa ou insistimos na dele? No fundo, tudo o que eles querem e não devem (ou vice-versa) é já um desafio. E é normal acontecer, claro. E também é normal haver divergências na abordagem destas questões entre pai e mãe. Ultrapassar essas divergências é um desafio.


Como vêem agora a vossa família? O que é para vocês “Ser família”? O que mais gostam na vossa família?

Joana – Eu vejo a nossa família com os nossos defeitos e qualidades, mas como a família que eu sempre sonhei ter. Ser família é sermos os quatro uns para os outros, é sentir um amor incondicional uns pelos outros, é ansiar por estarmos os quatro sempre juntinhos…


André – Penso que a resposta vai para as três perguntas: A nossa família é união, passarmos tempo juntos a rir e falar, é cumplicidade, é alegria, é partilha…

Para mim, o que gosto mais na minha família é isto, que é como eu a vejo e sinceramente acho que é como todas devem ser.


Quando têm tempo para estarem juntos, o que costumam fazer? Como usam o vosso tempo de qualidade em família?

Joana – Fazemos tudo! Passeamos, vamos a praia, brincamos, vamos ao parque, jardim, beira rio. Tentamos andar na rua o máximo possível. Mas muitas vezes também ficamos em casa e adoramos. Os miúdos brincam sempre ao pé de nos na sala, mas muitas vezes o Mateus gosta de estar no quarto dele a brincar sozinho. E sim, o Mateus vê Ipad e televisão! Somos péssimos pais! (gargalhadas!).


André – Normalmente fora, quando os pais têm programas e eles simplesmente acompanham. Tentamos fazer programas à medida deles: ir ao parque, passear, teatro, cinema, programas feitos mais à medida deles em que nós somos os acompanhantes (E seguranças).

Claro que os pais têm de fazer os seus programas também. Isso também é um verdadeiro desafio. Não deixarmos de ser o André e a Joana, homem e mulher, e pessoa individual e André & Joana como casal. Somos pais, mas devemos ser marido e mulher a toda a hora.



Joana, o que é para ti “ser mãe”?

Para mim ser mãe é um sonho tornado realidade, eu costumo dizer que nasci para isto. As minhas amigas são todas mulheres de carreira, mas a minha carreira é ser mãe. Desde pequenina que me perguntavam o que queria ser quando fosse grande e eu respondia sempre que era ser mãe.

E ser mãe é ser tudo para os meus filhos: amiga, porto seguro, mimo, disponível, é tê-los como a prioridade na minha vida. Eles e o meu marido são o meu projeto de vida. Aliás, a nossa família é o meu projeto de vida.

É isso é muita responsabilidade! (risos)



André, o que é para ti “ser pai”?

Ser pai é a maior alegria que tenho, aliado a uma grande responsabilidade. Na verdade, parece que tenho medo só desde que fui pai, o que para mim significa tudo. É parecido com ser marido, mas os filhos precisam ainda mais de nós. E ser pai também é receber imenso amor, o melhor do mundo.


Mateus, o que gostas mais de fazer com a tua família?

Ir ao jardim, parque e praia.


Desenho da família, feito pelo Mateus.

Obrigada aos quatro por tudo! :)

Porque Pais Positivos criam famílias saudáveis, resilientes e confiantes.

Family Building

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